segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Quando os sonhos morrem.

Acordo cedo, ignoro o sono, tomo café
uma ducha fria ajuda a despertar,
Já tô na rua, uma chuva fina faz
as pessoas apertarem os passos,
de longe parecem zumbis,
 todos caminhando,
 mesmo que não percebam,
 numa mesma direção.
O ônibus está lotado pra variar,
os passageiros se acotovelam numa cena
que é, ao mesmo tempo:
Terrível porém suportável,
deprimente porém tolerável,
No final do veículo algumas pessoas comentam
 sobre a última rodada do campeonato brasileiro,
no meio uma senhora fala sobre Deus, religião,
 pra alguns passageiros que não pareciam muito interessados,
enquanto uma jovem ouvia música sertaneja
 no seu aparelho celular,
mas a maioria não conseguia esconder o cansaço
 e dormia, ignorando todo o barulho.
Dá para perceber o escuro da noite indo embora,
pois já se sente a claridade do dia.
Chego ao meu destino, coloco o uniforme,
 assino o pronto e..., mais um dia.
Mais um dia, de chegada ao trabalho, e isto se repetirá
mais seis vezes esta semana, eu não sei o que acontece,
não sei se é só comigo, mais a verdade é que
a cada vez que coloco a cabeça no travesseiro,
me sinto menos disposto para enfrentar esta rotina,
a sensação é que eu tô cada vez mais respirando
com a ajuda de aparelhos.
Mas algo dentro da minha cabeça
diz que é preciso continuar, é preciso perseverar,
 acreditar, ter esperança,
É quando outra coisa ao mesmo tempo me martela, questionando,
acreditar em que, ter esperança pra quê.


Frase da semana:
"Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio
se tornam meios de liberdade"
Paul Valéry.